quinta-feira, junho 29, 2006

PROJETO EXPERIMENTAL - FICHAMENTO 1

HINE, Phil
Magia
Disponível em

Argumentos do Autor

A autor parte do argumento de que tudo ao nosso redor evolui (ciência, literatura, arte) e logo com a magia não poderia ser diferente. Dentro dessa premissa, a Magia do Caos seria o próximo passo na cadeia evolutiva da magia. A ela cabe esse papel pois é um estilo mágico que, assim como o mundo atual, se adapta as crescentes mudanças sociais e também ao cotidiano de cada indivíduo.

"Enquanto outros sistemas mágicos prometem estabilidade, um tempo fixo e um universo ordenado e todo fechado, a Magia do Caos se modifica com a fusão e fluidez da vida moderna". (pág.1)

A Magia da Caos surge no fim dos anos 70, junto com o movimento punk e um ressurgimento do anarquismo, num conjunto que visava abalar o status quo da época. Soma-se a isso o surgimento da Teoria do Caos , da Matemática do Caos sua aceitação como nova ciência e a popularização do termos “caos” . “Nós não rejeitamos a cultura moderna, nós a aproveitamos” (pág.1).
O que diferencia a Magia do Caos de outros sistemas mágicos é que ela não é um sistema fechado em si mesma, mas sim um “estilo mágico” onde se é permitido misturar rituais e práticas das mais diversas escolas e filosofias e, na falta destes, criar suas próprias práticas. É dada ênfase à experimentação, ao caminho pessoal. Logo não existem professores ou livros sagrados. As crenças são somente ferramentas para serem utilizadas enquanto forem úteis, acabando sua utilidade, são descartadas e adotadas outras mais adequadas ao que ser fazer.

"Os magos caóticos têm, desde o princípio, a opção de serem tão ecléticos quanto desejarem, selecionando condições e técnicas de qualquer sistema mágico que acreditem ser útil, sejam do passado, presente ou futuro, da literatura, arte, ciência, pseudo-ciência, tecnologia ou fantasia." (pág.1)

Se a Magia do Caos possui um resumo, ele se encontra na frase “Nada é verdadeiro, tudo é permitido”. Essa colocação pode dar a impressão de que os magos do Caos são inconseqüentes e irresponsáveis, mas visto que toda sua crença se baseia no poder da vontade, o que temos é uma profunda moral individual, onde cada um é totalmente responsável pelos seus atos.
Longe de ser algo fora do cotidiano e da vida pessoal de cada um, a Magia do Caos pretende se inserir no dia-a-dia de seus praticantes, ampliando assim o leque de possibilidades de vivências e experiências. “Magia se torna não somente o que fazemos, mas como vivemos.” (pág.1).

Apreciações Sobre a Obra

O artigo tem claramente como objetivo apresentar a Magia do Caos a magistas e leigos e explicar suas vantagens sobre outros sistemas mágicos em cima de três conceitos: modernidade, fluidez e liberdade.
Modernidade porque esse sistema mágico foi “criado” tendo como base o cotidiano atual, onde tudo se muda muito rápido, não temos tempo nem dinheiro para rituais complexos e se quer praticidade e individualidade.
Fluidez porque assim como o mundo se modifica diariamente, a Magia do Caos tende a acompanhar essas mudanças. Visto que não possui um sistema de crenças fixo, qualquer coisa pode ser incorporada ou descartada, dependendo do contexto desejado.
A liberdade vem fortemente ligada ao conceito de fluidez, uma que se escolher o que se fazer dentro das necessidades de cada um. Também a isso se alia o fato de não se ter escolas/ordens de mistério, professores ou livros sagrados.
Enfim, enquanto propaganda e apresentação do que seria a Magia do Caos, acredito que o artigo cumpre seu objetivo, deixando o leitor no mínimo curioso para saber mais sobre essa “revolução na magia”.

terça-feira, junho 27, 2006

Conhecendo o Espírito de seu Computador

Já vem um certo tempo que tenho trabalhado com tecnomagia, que na minha definição nada mais é do que o uso de artefatos ditos tecnológicos durante rituais mágicos.

Porém, como também trabalho com xamanismo e acredito que todas as coisas possuem espíritos que podem ser nossos aliados ou inimigos, resolvi tentar entrar em contato com o espírito que habita meu computador. Só havia um pequeno problema: não conheço nenhum ritual onde você possa entrar em contato com espíritos tecnológicos.

Comecei essa jornada limpando meu PC por dentro e por fora, arrumando seus arquivos, apagando o que não servia, desfragmentando e passando o Scandisk completo, a fim de dar um belo trato nele. Também fiz um sigilo para a proteção do software. Tudo isso ao som de música eletrônica.

Faltava então entrar em contato com o espírito dele. O ritual que eu fiz é uma adaptação do ritual que uso para entrar em contato com meus animais de poder xamânicos. Invoquei meus guias de jornadas espirituais e dei início ao trabalho.

Precisava entrar em gnose, mas uma ligação espiritual que fosse essencialmente eletrônica, cibernética. Nada de ervas, bebidas, cigarro. Peguei então meu DVD do primeiro Matrix e fui meditar olhando os créditos finais. Sou míope e meditei sem óculos, de modo que aquele monte de caracteres subindo não significavam nada para mim. Então depois de um certo tempo, no meio daquele monte de pontos verdes, começaram a se formar letras e descobri o nome do espírito que é meu PC. Logicamente já o batizei e agora trato meu computador pelo nome.

Pretendo fazer o mesmo com minha calculadora. Depois conto os resultados.

sábado, junho 24, 2006

PROJETO EXPERIMENTAL

Título: Xamanismo Urbano

1. Enunciado do problema

Desenvolver um método mágico que permita a interação com diversos espíritos que habitam a cidade, sejam eles espíritos de lugares, animais de poder ou espíritos de máquinas.

2. Descrição do problema

É possível para nós, enquanto seres humanos ligados a um ambiente excessivamente urbano, desenvolver uma ligação com espíritos ancestrais, animais de poder e entidades tecnológicas existentes em uma cidade? Em caso afirmativo, como isso seria possível?

3. Justificativa ou fundamentação

O xamanismo foi a primeira linha mágica desenvolvida pelo ser humano. Ela se ampara em características distintas: trabalho em estados alterados de consciência (EAC), viagens astrais e trabalho com entidades fora do ser humano.
No desenvolvimento da civilização, surgiram outras linhas com pensamentos ora distintos do xamanismo e ora com elementos semelhantes. Mas em nenhum momento ele foi esquecido ou sequer esteve próximo de se extinguir. Pelo contrário, com o atual declínio da religiões monoteístas, o crescimento de uma consciência ecológica e o uso de técnicas xamânicas por empresários, psicólogos e outros em palestras, seminários e assim, vemos um crescimento do interesse por essa religião primitiva.
Porém convém falar que o uso de técnicas do xamanismo por cada vez mais pessoas não quer dizer que todas elas estejam virando xamãs de fato. Em parte isso se deve ao fato dessa religião estar ligada à natureza e cada vez menos o homem ocidental tem a sua disposição áreas verdes. Com podemos, nascidos e criados em grandes cidades, trabalhar com animais de poder como o leão, o alce e afins? Não que isso seja impossível, mas nos apeguemos a pura e simples questão de familiaridade com os conceitos por trás desses animais. A mesma coisa em relação à totens e locais de poder. Sim, sabemos que existem parques na cidade, mas há de se convir que pegar um ou dois ônibus cada vez que se vai realizar um ritual qualquer não é nada prático.
E eis que alguns magistas começaram a se questionar se: dentro disso que se chama cidade, não existem animais de poder, locais de poder, totens? Se eu vivo na “selva de pedra”, posso ser um xamã com os elementos nela contidos? Seu eu posso, como seriam os procedimentos para isso?
Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, existem diversos estudos e textos sobre o que se convencionou chamar de Xamanismo Urbano e suas variantes, o Ciberxamanismo, Pop Magick, entre outras. Já se comprovou que existe sim uma estrutura de entidades diversas nas cidades que podem ser trabalhadas de maneira similar aos que xamãs fazem em suas áreas verdes. Já existem técnicas para fazer esse trabalho.
Aqui analisaremos o que já foi feito e tentaremos acrescentar algo a tudo isso.

4. Objetivos

4.1 Objetivo geral
Esta pesquisa tem como objetivo principal a elaboração de um livro que analise o material existente sobre o chamado Xamanismo Urbano e, se possível, acrescentar novas idéias e práticas ao tema.

4.2 Objetivos específicos
 Ampliar a pesquisa sobre o Xamansimo Urbano;
 Exercitar a prática da pesquisa acadêmica;
 Produzir uma obra que divulgue o Xamanismo Urbano, ampliando assim o conhecimento do grande público sobre o mesmo com uma obra que contextualize o tema proposto.

5. Hipótese

A partir de experiências pessoais e leitura de obras sobre o tema, será possível fazer uma obra que divulgue o Xamanismo Urbano e que acrescente algo à esse novo campo de pesquisa dentro da magia.

6. Referencial Teórico

Bibliografia Preliminar

BLANKENSHIP, L. GURPS cyberpunk: roleplayng de alta tecnologia. Tradução: Jonas D´Abrono. São Paulo: Devir Livraria, 1993.

BRUCATO, P. e WIECK, S. Mago: a ascensão. Tradução: Marcel Murakami Iha. São Paulo: Devir Livraria, 1997.

BRANES, E. Andarilhos do Asfalto – livro da tribo. Tradução: Carlos Eduardo Klimick. São Paulo: Devir Livraria, 1998.

CARROL, P.J. A magia do caos. Traduzido por José Carlos Neves.

CARROL, P.J. Principia caótica.

CASTEÑEDA, C. A erva do diabo. Tradução: Luzia Machado da Costa. São Paulo: Círculo do Livro.

CASTAÑEDA, C. Uma estranha realidade. Tradução: Luzia Machado da Costa. São Paulo: Círculo do Livro.

CHUPP, S. Roedores de Ossos – livro da tribo. Tradução: Sylvio Gonçalves. São Paulo: Devir Livraria, 1997.

HAGEN, M.R., HATCH, R., e BRIDGES, B. Lobisomem – o apocalipse. Tradução: Sylvio Gonçalves. São Paulo: Devir Livraria, 1994.

HINE, P. Magia. Disponível em

Liber MMM. Disponível em

MALPRG. No mundo da Legolândia. Disponível em

MCKEEMAN, D. e HECKEL, H. Adeptos da Virtualidade. Tradução: Patrícia Balan. São Paulo: Devir Livraria, 2000.

MIZRACH, S. Primitivos modernos: a acelerada colisão entre o passado e o futuro na era pós-moderna. Tradução: Rita Amaral.

TORRIGO, M. Universo holográfico. São Paulo: Madras Editora, 2004.

quinta-feira, junho 22, 2006

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Faz um mês que eu possuía esse tomo em minhas mãos. O encontrei após um E.S.P., nos subterrâneos de um tempo de adoração a Baco. Naquele dia eu estava bêbado de cerveja e pinga e não entendi nada do que estava escrito nele. Mas hoje, exatamente 23 dias depois, estou embriagado de chá e, quando fui pegar um livro da minha mochila, o tomo caiu em minhas mãos e eu o compreendi!

Finalmente as bênçãos de Éris, São Tiby e Onam recaíram sobre mim e não me resta nada mais nada menos que repassar o que venho traduzindo do livro sagrado “PENSO, LOGO D.E.S.I.S.T.O.”, do grande mestre Buda Desertor!

“Eis que em frente a pixels brilhantes & ululantes a verdade me é revelada! Como não pude fazê-lo antes? Me ajoelho perante ao quadrado verde que mede o tempo & me diz que ele passa-passa-passa sem parar & constato que tempo perdido é tempo útil! Preciso de uma dose de cafeína & outra de nicotina, mesmo tendo prometido a alguém muito importante que não faria isso nos dias inúteis. Em meus sonhos eu previ quem ganhará o programa “My Own” que passará ano que vem. Pena que ano que vem esse programa já terá sido cancelado. Eu sou o Buda conhecido como o Desertor.”

- Extraído do grande tomo de sabedoria “PENSO, LOGO D.E.S.I.S.T.O.”, de autoria creditada ao Buda Desertor.

terça-feira, junho 20, 2006

Xamanismo Urbano

Não sei quanto a vocês, mas eu tenho locais de poder dentro de São Paulo. Locais que por motivos diversos me proporcionam abrigo, conforto, resoluções e coisas do gênero. Após realizar exercícios xamânicos no Parque do Ibirapuera para entrar em contatos com meus animais de poder e ter encontrado no próprio parque o MEU local de poder, resolvi consagrar meus outros “lugares sagrados”.

Particularmente, acredito que a energia residual deixada pelas pessoas que freqüentam certos lugares acaba por se acumular e ganhar vida própria, gerando aquilo que se convencionou chamar de “formas-pensamento”. Algumas delas se tornam tão poderosas que passam a influenciar as pessoas que nelas entram. Exemplos clássicos disso são motéis, cemitérios e baladas em geral. A título de experiência, observe seu comportamento quando viaja e verá que você se comporta de maneira diferente quando visita cidades diferentes.

Partindo desse princípio, é possível entrar em contato com as formas-pensamentos dos lugares e aproveitar de suas benesses ou prevenir seus males. Mas aí vem a questão: como se faz isso?

Quando se fala de lugares dentro de uma cidade, como baladas, cemitérios e motéis, até fácil se fechar ou se deixar influenciar por elas, visto que seus efeitos são um tanto quanto óbvios. Nesses casos um simples banimento através de gargalhadas ou o uso de algum amuleto/erva/artefato especialmente preparado para isso dá conta do recado. Ou nos abrimos mais ainda quando queremos ser influenciados por elas.

Mas no caso de cidades a coisa é mais complicada, visto que seu “espírito” é o conjunto de formas-pensamento de todas as pessoas e lugares nelas contidas.

Viajando na maionese, peguei o mapa de São Paulo e dei uma bela olhada. Se formos pensar que o coração da cidade está no seu centro, temos aí um baita imbróglio: tanto no centro da cidade quanto dos bairros temos uma porra de uma igreja católica erguida (os caras sabiam o que estavam fazendo). Poderíamos então pensar que os centros de poder já estão tomados e lamentar que chegamos tarde, certo?

Que os herméticos e wiccans, fiquem lamentando e procurando outros lugares! Acredito que nós magistas do Caos temos como contornar esse “pequeno problema”.

Aqui vai a solução que tenho adotado para em um primeiro momento para entrar em contato com os espíritos dos bairros onde se encontram meus locais de poder: eu entro na igreja e peço gentilmente licença ao nosso bom e velho Jeová para entrar em contato com o espírito do local. Sentindo que a licença me foi dada, saio da igreja e me dirijo até o MEU local de poder. Lá entro em gnose (o método para atingi-la vai da cada um) e tento falar com o espírito do lugar, que chamo pelo nome do bairro mesmo. Feito o primeiro contato, eu então começo a tentar “cativar” o espírito cuidando do meu local de poder: sempre que passo faço uma reverência, não jogo mais lixo no local, medito lá e então vou criando afinidade com o espírito do bairro. Quem trabalha com xamanismo sabe que o tratamento dado ao espírito é algo mais como amizade do que as “invocações” ou servidores que são mais usados.

Eu particularmente entro na igreja por ter afinidades com a egrégora cristã, mas não acredito que isso é essencial para o processo. De qualquer maneira, aí está o método que tenho usado.

Não tenho exatamente um método para “sentir” a energia de um lugar, vou mais pela tentativa e erro. Como eu tenho uma empatia forte, de repente tenho mais facilidade, mas vamos tentar alguma coisa...

Observe como se comporta quando freqüenta certos lugares. Tente mensurar até onde isso é aquilo que chamamos de “máscaras sociais” e até onde não são influências das chamadas “formas-pensamento”. Quando você coloca o pé dentro de um cemitério, seu comportamento muda? Quando você entra em uma balada, você fica mais empolgado, mais sexy, ou algo do tipo?

Pode ser que analisar você mesmo seja meio complicado, então comece observando seus colegas e verá que os comportamentos mudam. Daí vendo o que muda se pode identificar qual a influência exercida e então você decide se quer ser influenciado por essas energias ou não.

sábado, junho 17, 2006

Etiqueta, ter ou não ter?

“De fim a fim com trabalho árduo;
E aqui, pobre imbecil, com todo meu saber
Eu não sou mais sábio do que antes.”
- Johann Wolfgang von Goethe, “Fausto”

Dizem por aí que a educação nos torna pessoas melhores. Até acho que tendo acesso a uma educação formal (que usa moldes pra lá de ultrapassados, mas isso é uma outra história) lhe permite ter acesso a mais coisas e lhe abre mais oportunidades. Mas daí a dizer que as pessoas escolarizadas são melhores que as menos escolarizadas eu acho um absurdo.

O argumento que mais ouço por aí é que pobre é desbocado, mal educado, não sabe conversar sem abaixar o nível e coisas do tipo. Isso pode até ser verdade, mas será que é errado? A maioria das pessoas, quando está num ambiente onde ficar a vontade é tão desbocada quanto qualquer um. Exemplo clássicos são mesas de bar e brigas de família.

Em torno da mesa de um bar todos se transformam. Você se refere a sua chefe bonitinha e simpática como uma “boceta do caralho”, o presidente gasta mais com seu avião do que com saúde e vira um “filho da puta”, seu amigo fala bobagem e você manda ele “se foder” e coisas do gênero. Sem contar as brigas por motivos fúteis que, ao contrário do que dizem, nem sempre são motivadas pela bebida.

E em casa? Aquele cara que trabalha todo engravato com certeza arranca meleca do nariz enquanto vê “Jornal Nacional” e gruda a bendita debaixo do sofá, isso quando não anda de cueca pela casa coçando o saco por dentro da mesma. Tem gente que limpa a latinha antes de beber algo, mas bebe água no gargalo da garrafa (que a família inteira bebe) e coloca de volta na geladeira.

“Mas o bar é um lugar para se ficar a vontade”, dirão alguns. “Se não posso ficar a vontade nem casa, vou ficar aonde?”, dizem outros. Percebem? Quando você fica a vontade, é tão chulo e porco quanto qualquer um! E isso que chamamos de boa educação na verdade é uma amarra para parecermos pessoas sérias e confiáveis! Quem aqui nunca quis passar o dedo no bolo? Correr pelado pela casa? Gritar até ficar rouco? Beber qualquer bebida no gargalo? Mas não, a “boa educação” nos diz que tudo isso é errado.

Pode até ser que numa construção de obra os trabalhadores se ofendam e soquem muito mais que num escritório. Mas será que isso é realmente pior que toda aquela intriga e fofoca que rola onde você trabalha? Eu não acho. Na obra pelo menos eu tenho mais chances de saber quem me odeia ou não. Sem contar que eu prefiro ouvir um “vai tomar no seu cu” do que um ”eu sou doutor em [acrescente qualquer disciplina] e sei do que estou falando, você não”. E o filho da mãe Phd diz isso mesmo quando o assunto não tem nada a ver com o que ele estuda.

E isso gera um círculo vicioso onde achamos que nós graduados, pós-graduados e afins nos achamos melhores que quem faz serviços ditos “braçais”, pagamos pouco e não valorizamos seu trabalho. Eles por sua vez nos acham patrões e se colocam como vassalos a nosso serviço, não se permitindo evoluir em sua totalidade.
Só pra citar um exemplo, imagine se só os padeiros e lixeiros entrassem em greve. É fácil achar uma receita de como se faz um pão. Mas você conseguiria acordar as cinco da matina pra fazer seu pão de cada dia? Você pode até saber onde fica o depósito de lixo da sua cidade, mas teria tempo de ir lá no mínimo duas vezes por semana? É meu amigo, da próxima vez que topar com algum desses “trabalhadores braçais” agradeça e valorize o trabalho deles, pois diversas facilidades da sua vida não são obra de seu marketing pessoal.

E, por favor, pare de usar o termo “lixeiro” para ao futuro de alguém que não tira notas altas na sua sala de aula. Já seria um bom começo.

quinta-feira, junho 15, 2006

Minha Vida é um Seriado de Baixo Orçamento

“Quem quer que esteja vendo isso, torça por mim.”
- Alessio Esteves, “Alessio´s Freakies”


Como você agiria se soubesse que sua vida é um seriado? Não, não estou falando de uma situação na linha “Show de Thruman”, onde todos são atores de um programa e só você não sabia e nem na linha “Ed TV” onde uma câmera acompanha sua vida 24hs por dia. Eu pergunto no sentido de que, assim como você assiste “Sex and the City” ou “Friends”, será que pessoas não assistem nossas vidas? E se, no melhor estilo “Malcom”, você soubesse disso e conversasse com os telespectadores?

Bem caríssimos, um amigo meu chamado Alessio chegou a essa conclusão e levou essa idéia até onde ninguém poderia imaginar. De tanto ver “Anos Incríveis”, “Confissões de Adolescente” e “Dawson´s Creek” ele cismou que sua vida era um seriado e começou a partilhar sua descoberta com alguns amigos. Um desses seus amigos, o Mário, chamou o seriado de “Alessio´s Freakies”, como uma paródia do famoso seriado do Dawson e visto que só acontece merda na vida do Alessio. O então protagonista da série curtiu a idéia e passou e falar sobre isso abertamente com todo mundo.

Num primeiro momento, quem ouviu essa loucura achou legal e criou seu próprio seriado. Com isso surgiram séries como ”A Party of Ice” (com Mário Henrique), Dayse´s Diary (com Ana Dayse) e “Zloth” (com, bem... hã... Zloth). Surgiu até uma espécie de série mensal que reunia todas essas chamada “Alessio´s Party”. Mas nenhuma delas vingou e só a primeira continuou. Vingou tanto que todo mundo que participava dela adorava isso e ficou muito chateado quando a série acabou em 2004 após 7 temporadas bem sucedidas e vários subprodutos, como álbuns com trilha sonora e até um longa metragem!

Mas o que levou Alessio a criar um seriado sobre sua vida e tantas pessoas a abraçarem a idéia? Como o seriado não é sobre minha vida (apesar de ter participado dele como vilão, hehehehe...), passo a palavra para o protagonista em pessoa:

“Bem, ao saber que sua vida é um seriado, você percebe que a todo momento tem pessoas vendo TUDO que faz. Isso torna cada atitude sua muito importante. Sem contar que o seriado não sobrevive se não tiver audiência, o que faz que cada ato seu necessite da melhor performance possível. Isso é fascinante!
Os coadjuvantes são outro aspecto muito bom da série. Apesar dela levar meu nome, o elenco de apoio sempre foi muito bom. Eles se esforçavam para dar seu melhor também e haviam pessoas que realmente ficavam felizes quando sabiam que seus nomes iam para a abertura. Ou ficavam chateadas, como foi o caso do Mário quando a série passou a ser rodada em Bauru, a partir da 4a temporada ele ficou de fora. Não que ele não estivesse dando certo na série, mas ficaria muito forçada sua ida pro interior.
Mas o que me emocionou mesmo foi a reação da público quando a série acabou. O público gritou tanto que acabou saindo algo que estávamos devendo faz tempo, que foi o longa-metragem.”

Ou seja, apesar de uma possível sensação de paranóia, fazer da sua vida um seriado é um pusta estímulo pra sua auto-estima e sai muito mais barato que um terapeuta. Tente também e quem sabe você não ganha alguns prêmios!

Mas uma pergunta não quer calar: afinal, quem são os roteiristas dessa série?

“Hum... Taí uma coisa que eu nunca soube... Presumo que sejam seres de consciência mais elevada, deuses até.”

Realmente, não é a toa que a série chamava “Alessio´s Freakies”.

domingo, junho 11, 2006

¿O ÓDIO SIGILIZADO?

Trecho extraído do diário pessoal do Gárgula
*Não recomendamos a leitura total ou parcial deste diário por conter fórmulas herméticas de fontes duvidáveis e notáveis níveis de auto-alienação indiscutivel.
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Segunda-feira 28 de novembro de 2005
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Querido diário.Hoje que consegui relevar o que sentia por aquela figura que nem quero citar o nome, pude perceber algo : sigilizei todo o ódio, todos os pensamentos e sentimentos ruins que nutria por ele. De fato, eu tenho estado no serviço, e como sou obrigado a conviver com o tipo, faz umas duas semanas(acho que já escrevi algo meio por cima quanto à isso...) que passei a ter uma prática diária para alcançar a gnosis no serviço.

Minha idéia original era só desviar a mente dos pensamentos ruins quanto à pessoa em questão com o exercício para alcançar o não-pensamento. Passei a ter um foco no serviço, me concentrando nele e esquecendo tudo ao redor, e assim entrava em estado de gnosis.

Tudo rolou, posso te afirmar, como se fosse ritualisticamente, mas eu não havia me dado conta de que eu me prendera nessa prática por duas semanas... só queria me desviar dos pensamentos ruins e de odiá-lo, e esses pensamentos ruins me perseguiam, e já não aguentava mais ter de passar por isso todo santo dia, e a coisa foi rolando até se tornar um trabalho diário.

Bem meu querido... prá te dizer a verdade, a pessoa em questão contraiu uma doença venérea, teve uma recaída com um problema sanguineo que já havia desaparecido há algum tempo, todo dia em que ele entra no serviço o estado dele piora, tá com a boca inchada (não perguntei o que aconteceu, mas ouvi as meninas da firma falando que é uma infecção interna...) e mais alguma coisa que não lembro agora.

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Até cogitei uma idéia mais puxada para o espiritismo...poxa, se alguém tá diariamente sendo bombardeiado por energias ruins, é de se esperar que a pessoa fique mal...mas a questão, meu diário, é justamente essa: o contorno dessas energias ruins. Eu realmente não enviei essas energias, elas não existiram....eu me desviei e me desviei diariamente disso tudo, até que então tudo isso foi enviado para o vácuo e retornou para ele materialmente.

Passei duas semanas quase ritualisticas, marcado com um ódio imenso, me desviando da idéia de odiá-lo...como eu chegava prá trabalhar, me empenhava em atingir o não-pensamento prá me desviar a mente dele e não prejudicar meu serviço, eu focava na única coisa que eu podia fazer: trabalhar. Sei que alcancei a gnosis todos esses dias, mas não imaginava que eu poderia "sigilizar o ódio"...não me sinto culpado ou quero me desvincular de algum sentimento de culpa do tipo "ah, foi sem querer" ou "não queria ter feito isso"... digo, meu diário, até me orgulho de ter alcançado esses resultados. Não sou vingativo e nem poderia ser considerado uma pessoa ruim, o fato é que eu não ligo mais prá esse tipo de culpa. Não tenho, não nego. Acho que tem pessoas que fazem coisas muito piores por aí e também não se importam...e creio que se eu tivesse imaginado que eu podia fazer algo do tipo, o teria feito até melhor elaborado ou com um tempo de obtenção de resultados mais rápido.

Acho, meu querido, que vou até analizar uma alguma outra maneira de se fazer isso, até por que se foi totalmente inusitado, obteve resultados.

Listemos então:

Foi uma prática diária, com o uso da gnosis, do não-pensamento e do foco, sendo eles empregados não de uma maneira habitual, até por se tratar de um tipo de trabalho mágico que deveria ser o mais sutil possível.

Mantive o foco no meu serviço, alcançando o não-pensamento mais como uma fuga para me desviar da idéia de ódio, atingindo assim a gnosis. Qualquer outra forma de concentração pode ser dispensada, por se tratar de algo de uma sutileza necessária, mas poderíamos acrescentar a música, uma vez que não faço nada sem ouvir música...Rádio Kiss Fm, o bom e velho rock'n'roll... eheh... nada melhor que o rock.

Foram duas semanas... exaustivas, devo acrescentar...a prática foi de quase todo o periodo de serviço, uma vez que não era um ritual propriamente dito, então eu muitas vezes ao dia acabava por desviar a atenção para outros pensamentos corriqueiros.

Hum... devo mesmo anotar isso, pois realmente não tinha focado um intuito ou um futuro resultado... talvez por isso tenha-se levado duas semanas para a obtenção dos resultados... realmente interessante... bem... eu não esperava resultados também... eheh

Bem, meu querido... acho que é isso mesmo... vou dar uma estudada melhor quanto à uma maneira realmente mais ritualística para isso... então depois eu lhe conto.

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mas quero lhe deixar claro:não me envergonho ou quero me desvincular de ter feito isso. Não tive o intuito focado nisso, mas me orgulho de ter feito. Tu sabe que não sou um monstro nem nada do tipo, mas até então, poderiam me condenar por querer algo??? Quantas pessoas não gostariam de fazer algo do tipo, ou pior, quantas não o fazem, de maneira mais cruel e mal intencionada?Então, querido diário...não julgue para não ser julgado...
E prá que eu te esconderia algo?
Ponto.
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"Com amor e com maldade, um abraço e até outra vez"Raul Seixas.
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Liberdade.

O Fim do Amor Livre

(em homenagem ao dia dos namorados...)

“Do amor livre ao sexo seguro hein?
O que houve com a revolução sexual?”
- Grant Morisson; “Os Invisíveis”.

Alguém poderia me explicar o que está acontecendo com as pessoas nessa coisa que chamamos de mundo? Alguém poderia me explicar como tudo que foi vivido na década de 60 foi jogado no lixo? Alguém poderia me explicar por que, apesar de não parecer, estamos cada vez mais caretas em termos de relacionamento e sexo?
Muitos pais ao lerem minhas perguntas discordarão de forma contundente. Afirmarão que cada vez se beija e se transa mais cedo e com cada vez mais pessoas. Dirão também que os casamentos hoje em dia não duram como duravam os de antigamente e que hoje tudo se banalizou. Será mesmo?
Um dos principais motivos alegados para o fim do amor livre dos hippies foi o advento da AIDS. Com ela, passou-se a até temer transar por transar e ser promíscuo passou a ser comportamento de risco. Bom, pra que inventaram a camisinha? “Ela pode estourar”, dirão alguns. Bem, também posso ser atropelado cada vez que saio de casa e nem por isso deixo de sair. E hoje em dia você pode viver mais sendo soropositivo do que enquanto sobrevivente de um acidente. TODO mundo sabe como se coloca uma camisinha hoje em dia. Se ela estourou, VOCÊ colocou errado e a culpa é sua, e não do preservativo. Sabendo colocar, transe a vontade!
E só para parar pra pensar: não é estranho uma doença como a AIDS surgir bem na época em que se experimentava o amor livre e em locais/cidades/países menos abastados? Talvez os teóricos da conspiração não estejam errados...
Será que estamos mais liberais mesmo? Será que o advento da “ficada” nos torna mais livres? Eu creio que não pelo puro e simples motivo que agora você tem que rotular uma coisa que não deveria ser nada! Beijou alguém? Prepare-se para definir se estão ficando, de rolo, xilofompilando ou namorando, por que vão perguntar e pode reparar que quase ninguém aceita a idéia de que vocês estão apenas curtindo.
A mesma coisa com a primeira relação sexual. Se antes o grande tabu era o casamento, hoje trocamos isso pela “pessoa certa”, que é muito pior que o casamento, visto que essa pessoa é uma projeção de um ideal que pode nunca ser atingido e um monte de gente perde bons orgasmos por causa disso. Sem contar que também trocou-se o casamento por morar junto. Como ambos têm a perspectiva de durarem para sempre, o resultado final é a mesma merda de sempre. E como não há nada no papel, a disputa judicial fica até pior.
Quantas pessoas hoje em dia topam uma relação aberta? É óbvio que depois de um tempo de convivência, se cria afinidades e vontades, mas DEPOIS de um tempo! Hoje o “ficar” muitas vezes é estágio pra namoro. Pior que isso só aquela papo de que “fulano(a) é pra casar, esse é pra curtir”. Me poupem!
Só me resta finalizar esse texto com um apelo: copulem crianças! Copulem!

sábado, junho 10, 2006

A Framboesa Caotica

Tudo o que poderia sonhar num amago inconsciente de relutação moderna."É uma viagem...um sonho,tudo o que minha mente me dizia era não pare...aonde estão as notas e os dizeres?Aonde enterrei minhas mágoas...acreditei que estava vivo,e apenas me perdi,achei que estava tudo acabado,por fim me lamuriei e deitei e transei com a única coisa que se mexia no quarto escuro e incolor..."
"Toda a articulação me transmitia um não-sentimento de baderna e esquizofrenia...era tudo tão psicodélico e formoso,que deixei de perceber que somente havíamos Éris e Eu.Era uma não-culpa singularizada,banal como uma urtiga no rabo dum rinoceronte numa manhã calva de outubro ensolarado...tão rubro e infinito que pausei para chorar."
E como o Mário me disse:
"Você sobreviveu a mais uma volta ao redor do sol. Agora começa um novo ciclo, mais resistente, menos ingênuo e mais caótico!"
ICE,DISCORDIA AND CHAOS.
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Gárgula
Associação Filhos do Caos

sexta-feira, junho 09, 2006

ordem e Caos.

Tudo bem, caóticos são sempre conhecidos por não terem opiniões em comum sobre a própria filosofia a que seguem. Mas,não que isto seja algo ruim, existe uma questão que costuma ser a mais contraditória e discordante: “O que é o Caos?”

Se você quiser se contentar, fique com a seguinte opinião, que é partilhado por todos os Caóticos que conheço: “Uma budega tão aleatória inconstante e abstrata que não há como explicar inteiramente. Apenas após experimentar, você vai entender. Ou não.

Se você realmente quer ouvir algo técnico e chato, continue. Bom, eu sempre utilizei a “Teoria do Caos” para exemplificar o que é o Caos dos Caóticos. A tória do caos diz que nada é aleatório. Se você, em um exemplo hipotético, lançar um dado de seis faces sobre uma superfície e conseguir cacular a força do lançamento, a velocidade do vento e a resistência do ar, juntamente com a capacidade de fricção da superfície, poderia lançar um dado da forma que quisesse. Esta é uma teoria matemática utilizada principalmente onde a lógica fira não funciona, devido a uma quantidade de fatores que interferem no objeto de estudo são tão incontáveis que não é possível realmente ter uma previsão 100% correta, como nas áreas de previsão de tempo, sociologia e economia (especialmente flutuações de bolsas de valores). E, apesar de ser impossível coloca-la em prática com total funcionalidade, ela ainda cumpre seu papel: mostra que fatos que pensamos ser aleatórios, na verdade seguem a uma lógica tão complexa que foge a nossa compreensão. Tudo é ordem. Tudo é caos.

Isso nos leva a pensar em uma coisa: Onde a palavra “Ordem” é usada? E a palavra “Caos”?Segundo o dicionário on-line Priberam, excetuando-se os casos que não vem ao caso (mesmo escrevendo sério, não consigo parar de fazer trocadilhos idiotas...), seguem os significados:

Ordem:

disposição regular e metódica;
regularidade;
conveniência;

Caos:

confusão de todos os elementos, antes de se formar o mundo;
grande desordem;


Sendo assim, cheguei a seguinte conclusão: O que está em Ordem é tudo aquilo que segue uma disposição regular e metódica tendo uma regularidade conveniente a alguém (de novo...). Já o caos é siplesmente o oposto: “desordem”.
Uma disposição regular conveniente... simples: Qualquer coisa sobre a qual se possui controle e/ou total conhecimento. Todo o resto, que foge ao controle ou conhecimento, é classificado como desordem. Caos. Será? Ou é apenas uma ordem que não conseguimos compreender em sua totalidade (logo, ter controle sobre), tendo em vista a teoria do caos?

Se um furacão é a soma de todas as asinhas de borboleta voando por aí, o Caos é a soma de todas as egrégoras existentes. Incluindo algumas que não sejam advindas de nosso plano.

Assim eu chego à minha definição pessoal do Caos: uma Anarquia Espiritual (ou Ontológica conforme Hakim Bey define. Engraçado eu ter definido isso antes de ler..). Não temos controle sobre esse poder. Só damos umas direcionadas. Também não temos controle total sobre isso.


Lembro-me ao explicar essa minha teoria a Noname ( que escreve aqui com o nick
Mário Henrique) durante um encontro bullshit ele gritou para o Sid (Dante), que estava na sala: “Hei, Sid! O que é o Caos?” “Eu, o grande Sidmar!” “Sério, cara!” “O Caos é a ordem sobre a ordem!”. E então me explicou que ele, o Sid e o Aléssio (Os fundadores da Associação) haviam chegado nesta mesma conclusão sentando um dia para definir o caos. Novamente, antes de ler Hakim Bey, que o define como “a soma de todas as ordens” e m sseu livo “Caos, terrorismo poético e outros crimes exemplares”. Eu realmente estou pensado em escrever algo sobre (In)Conciente Coletivo...

Bem, eu avisei para se contentar com a primeira definição, mas se se você não se contentou nem com a segunda, vai uma ainda melhor:

“Para mim, meu quarto está em ordem, mas minha mãe o classifica como um antro de caos.” -Jean-Paul S. K. Taploft, em “A resposta para a pergunta primordial sobre o universo, nós e tudo o mais não era ‘42’”

quarta-feira, junho 07, 2006

CAOStólico

Alguns de meus amigos Caóticos/Anarquistas/Subversivos de Plantão (e.g. Filhos do Caos) me perguntam como é que eu consigo ser Católico, se ao mesmo tempo tenho idéias tão próximas a deles. A pergunta é verdadeira, e justa. Quando pensamos na Igreja Católica, temos que nos lembrar de Ratzinger e de toda visão moralista/condenadora que sempre reinou na minha religião. Porém, isso é olhar superficialmente. A Igreja não é feita de senhores, mas de povo, de idéias, do desejo a uma vida maior e melhor. Resolvi então mostrar um pouco da igreja que acredito e que existe. Pensemos em Teologia da Libertação (mesmo não aceita), pensemos na PJ, pensemos na Pastoral do Menor e em todas Pastorais dedicadas a um trabalho verdadeiro e honesto. Pensemos no que diz essa Música de Comunhão:

Muito tempo não dura a verdade,
nestas margens estreitas demais,
Deus criou o infinito pra vida ser sempre mais!
É Jesus, este pão da igualdade, viemos pra comungar,
com a luta do povo que quer ter voz, ter vez, lugar!
Comungar é tornar-se um perigo, viemos pra incomodar!
Com a fé e a união nossos passos, um dia, vão chegar!

Sim, sou Católico, mas antes disso sou um ser consciente de meu mundo e de meus objetivos. Sabe, para mim, religião é igual a time de futebol, cada um torce pra um, mas todos tem o mesmo objetivo: fazer gols. O problema está em achar que meu time é melhor que o seu, de aceitar quando roubam pro meu time, de desmerecer as glórias do seu. De agredir quem o ofende, de matar. Os times, como as religiões, não precisam ser defendidos, sua honra e glória estão em outro lugar. Eu não gosto de futebol, mas gosto muito de religião, tanto que aprecio ver jogos de outros times (celebrações de outras religiões) e conhecê-los cada vez mais.

Noname
Associação Filhos do Caos

terça-feira, junho 06, 2006

A Não-Cena Caótica

Após ver uma palestra sobre Vampyrismo e a Cena Vampyrica, me peguei pensando se existe uma “cena caótica” no mundo e no Brasil e qual seria o meu papel e da Associação Filhos do Caos nela.

Para podermos pensar juntos, vamos definir “cena” como uma espécie de subcultura, com termos próprios, baladas, encontros, ações e objetivos.

O maior conjunto de caoístas reunidos em algum lugar é a lista de discussão Kaos-Brasil, do Yahoo! Grupos. Lá existem mais de mil pessoas que conversam sobre a prática e a filosofia da Magia do Caos. Sim, todo mundo sabe que em lista de discussão quem posta mesmo e discute não é nem metade da lista, mas mesmo assim é um bom contigente de indivíduos em torno do tema Magia do Caos.

Mas temos um fator complicador aí. Uma suposta “cena caótica” deveria incluir adeptos da Teoria do Caos, Matemática do Caos, Discordianistas, Arte-Terroristas e outros.

Ouso falar que até pouco tempo atrás essa cena se limitava à Kaos-Brasil. Mas era tudo praticamente virtual. Apesar da troca de idéias, raramente ocorriam encontros, mesmo entre pessoas da mesma cidade.

Porém o Orkut mudou um pouco as coisas.

Além de permitir que pessoas mostrassem seus rostos ou se escondessem atrás de falsos profiles e tivessem mais liberdade de conversar, graças a opção “comunidades relacionadas” uma cadeia de comunidades sobre temas correlatos começou a se formar. Com a mesmas pessoas participando de diversas comunidades e os temas saindo de lá e de cá, finalmente começaram a acontecer alguns encontros. Ainda poucos participantes, nada grandioso ou muito organizado, mas ainda assim encontros.

Organização, eis aí o ponto.

O título fala de uma “não-cena” porque ao contrário de outros grupos, NÃO TEMOS OBJETIVOS NEM GRANDES ORGANIZAÇÕES. Podemos até pensar que queremos divulgar o Caos, mas é muito mais para mostrar que ele existe do que para conversão. As comunidades do orkut e listas de discussão não visam pregação de nada e sim a troca de idéias. Os encontros não visam a organização de entidades ou organizações e sim o puro e simples encontro, tanto que costumam acontecer em bares e baladas. Sem contar que o caos abrange tanta coisa que fica difícil falar de “baladas caóticas”, “locais caóticos” e coisas do gênero.

Sem contar que a “não-cena” rola de maneira tão desencanada que não ocorrem as tradicionais disputas por poder ou briga de egos, de modo que até hoje não vi cisões ou rixas acontecendo.

A título de exemplo de como a coisa se desenrola, vou mostrar o que ocorreu com o grupo ao qual faço parte, a Associação Filhos do Caos.

Começamos como um grupo de 10 pessoas ligadas a laços de amizade e magia do caos, arte-terrorismo e coisas do gênero. Abrimos uma comunidade no Orkut por puro e simples prazer de mostrar que existíamos.

Hoje temos 230 membros e estamos ligados a outras comunidades do gênero, como a Kaos-Brasil, Magia do Caos, Pop Magik, I.O.T. Brasil, S:.H:.I:.M:.O:., Nossa Senhora da Discórdia entre outras e continuamos sendo um grupo de amigos ligados a laços de amizade e assuntos ligados ao caoísmo. Tenho certeza que se fosse alguma outra filosofia mágica, já teríamos virado algum tipo de ordem de mistérios, hehehehehhehehe...

Acho que justamente por causa desse nosso espírito de “não estou nem aí” que tem feito nossa “não-cena” se desenrolar tão bem.

segunda-feira, junho 05, 2006

ORKUTICÍDIO

Pode parecer irrelevante...mas não o é.

Somos de certa forma todos "caloteiros kármicos"...ao invés de morrermos e pagarmos pelo que temos feito,encontramos outras formas de participar do grande sistema cósmico...foi quando o N.A.D.A. (Novo Aeon Discordianista Absolutista) se mostrou para mim...por meio do orkuticídio!

Estamos à beira de um novo Aéon,aonde caoticistas e discordianistas viverão mais fortes e mais multi-confusos...o Absoluto,Grande e Irreverente Oráculo Totalitário Absoluto (um A.G.I.O.T.A. qualquer...não importa o nome mesmo...) me mostrou que um peixe piscou para um homem e ele ainda procura um outro peixe que pisque para ele,e que isso não será bom...todos devemos nos desprender das amarras do ego e da própria loucura e procurar um lugar merecido na L.U.Z. (Lugar Úmido e Zombeteiro),aonde será o lugar de se fazer traquinagens e discordinagens em geral...

Já estamos dentro da Maçã Dourada...devemos nos manter acima dela também,e o orkuticídio é uma das desamarrações das quais podemos usufruir...alguns de nós ainda estão em fase de re-nascimento (Tio...sentimos saudades...Shermie...saiba que a amo...),e eu acabei de re-nascer...

A coisa toda é uma fase embrionária,na qual permanecemos sem contato com o mundo exterior por um periodo de tempo que me pareceu duas ou três eternidade...eu morri P*R*Cananéia...re-nasci The ChaoticBoy.Foi dificil para mim ostentar que toda a realidade só existia à minha volta,e que nenhuma outra jamais a esteve ali...

O Início dos Aplausos com uma mão só .

Me dedico à Éris.

Sou The ChaoticBoy.

Gárgula
Associação Filhos do Caos

domingo, junho 04, 2006

Que Comecem os Jogos!

Faz algum tempo já que ando me sentindo estagnado. “Mas cara,” – poderiam me dizer – “Você trabalha, estuda, tem família, amigos, namorada. Muita gente da sua idade não tem isso”. Não tem, mas deveria. Ter tudo isso que eu tenho é básico e, se todo mundo não tem, alguma coisa está errada.

Numa primeira tentativa de mudar o mundo, busquei os ensinamentos de Jesus e Jeová e entrei de cabeça na Igreja Católica Apostólica Romana. Fui coordenador de grupo de jovens, membro das pastorais do dízimo e vocacional, ajudei em tantas coisas quanto me foi possível. Mas reparei que lá não se busca mudança, e sim uma “salvação” baseada em códigos de conduta que todo mundo finge que segue e fica por isso mesmo.

Enveredei então para a via do anarquismo individual . Escrevi dezenas de cartas e panfletos anônimos e espalhei o tanto quanto podia, mas cansei pela simples falta de qualquer tipo de retorno.

Então entrei na faculdade e com ela veio o Movimento Estudantil. Devo admitir que foi lá que eu cheguei mais próximo do que imagino ser um ideal. Havia clima e pessoas para tentarmos mudar, senão o mundo, parte dele. E chegamos perto da vitória inúmeras vezes. Mas a faculdade acabou e com ela tudo isso.

Veio então a política de fato e realizei trabalhos com a prefeitura. Mas após um tempo reparei que a ânsia por poder é maior que o bem público.

Minha última tentativa foi me enveredar pelo meio ocultista. Mas tudo que vi lá foi uma briga egóica por resquícios de poderes maiores e atenção dos outros.

Não, não caí fora de nenhum dos meios acima citados. Em cada um deles criei laços de amizades e afins, de modo que atuo em todos eles, de forma maior ou menor. Mas não atuo mais com aquela ânsia de mudar o mundo. Estou lá pura e simplesmente porque gosto dos locais e pessoas.

Se existe alguma outra maneira de atuação, eu não sei. Pelo menos nesse plano não achei mais nada que pudesse fazer com tesão. Sinceramente, pensei em me matar só pra ver o que tinha do outro lado.

Mas esses dias tive uma epifania/satori/iluminação/coisa maravilhosa. Eu sempre me ferro porque me sinto sozinho, porque quero ver o levante coletivo agindo ao meu lado ou eu ao lado deles e (por que não?) receber pelo menos um “obrigado” depois disso. Mas vi que isso não vou ter.

Cansei de esperar “o líder” levantar-se e guiar a multidão. Cansei de tentar ser esse líder. Cansei de esperar pela conjuntura sócio-político-cultural certa para poder agir. Cansei de grupos que mudam quando estão no topo. Cansei de esperar a revolta pública acontecer. Cansei de brigar por coisas em que não acredito.

O líder não vai vir e eu não sou ele. Estamos esperando o momento político certo desde Marx e até agora nada. Grupelhos pseudo-revolucionários chegam ao poder e mudam. Ficamos esperando alguém agir e ninguém toma iniciativa nenhuma. E as coisas em que eu acredito podem ser mudadas.

Se o mundo não quer ser mudado, foda-se. Se as pessoas não querer ajudar, foda-se. Farei as coisas do mesmo jeito, se não pelo mundo e por vocês, farei pelo puro e simples prazer de fazer. Cansei de uma “política de resultados”. Provavelmente quando eles vierem estarei morto já, que quer dizer que para mim eles nunca vão existir. Mas isso deixou de me incomodar.

Vou andar de batalha em batalha pelo puro e simples prazer de batalhar e cada uma delas será a última. Se você estiver ao meu lado nela tenha certeza que morrerei por você. Mas não esperem “porquês” e nem me cobrem explicações. Elas não existem.

Não sei quanto tempo isso vai durar e, sinceramente, não me importo.

Beijos na bunda de todos,

Leósias – O Errante
Associação Filhos do Caos

sábado, junho 03, 2006

O Caos em Poucas Palavras

O caos, ao contrário do obvio, não é a desordem e abrir a mente para isso é meio caminho para entendê-lo. A ordem, aliás, surgiu a partir do caos. O caos pode ser traduzido simplesmente como vontade, ou melhor, como a vivência e manifestação de todas e quaisquer vontades e a harmonia entre elas.

O problema

Todos somos livres, todos podemos fazer o que queremos, quando queremos e sem necessidade de justificativa. O universo é um playground e o ingresso é gratuito. “Nada é verdadeiro, tudo é permitido” – diriam os caoístas.
Se todos podem tudo, o choque de vontades é inevitável, não? Imagine dois carros querendo passar pela mesma rua, na mesma faixa, na mesma velocidade e na mesma hora. Como isso aconteceria sem uma possível colisão? Ou pense em todas as vezes que você já quis que o mundo inteiro lhe obedecesse. Agora esqueça a idéia de dominar o mundo, você não quer mais isso. Seu ideal agora é viver na praia tomando água de coco. Maravilha, não? O problema é que outra pessoa ainda quer dominar o mundo todo – incluindo você. Ela quer lhe dar ordens e quer que você a obedeça. Isso o deixaria satisfeito?
Uma forma obvia de evitar que coisas assim acontecessem seria simplesmente respeitar as vontades alheias e ser respeitado em volta. Simples, não? É só não obrigar ninguém a fazer nada que ela não queira, certo? E é isso mesmo. Porém o universo não é tão simples assim e o choque de vontades existe desde o big bang e até hoje essa harmonia de vontades, o caos livre e pleno, permanece uma utopia.

A solução

Naturalmente algo deveria ser feito para que o choque dessas vontades fosse detido, ou pelo menos suavizado, para que eles não acabassem por se auto consumir. E algo naturalmente foi feito. A ordem foi instituída – de forma natural, como prega o evolucionismo - para que as vontades fossem controladas até que fossemos suficientemente conscientes do nosso verdadeiro potencial. A ordem é como um andador que, através das limitações, desenvolve nosso potencial para coisas maiores. Todas as leis do universo fazem parte da ordem. As leis da física, as leis da genética, leis morais e qualquer outra lei que possa existir. Adequando-se ao espaço e tempo, a ordem está presente em toda a parte como chiqueirinhos que protegem um bebê de se machucar.

O fim da ordem

A ordem nasceu para morrer, para deixar de existir. A ordem é o ovo do qual devemos nos alimentar e desenvolver, mas que devemos mais tarde nos livrarmos para continuarmos nosso crescimento. Isso não acontece, ou pelo menos ainda não aconteceu totalmente. Vivemos em uma sociedade dependente da ordem, viciada na ordem. Se isso não for mudado, ela provavelmente morrerá em sua própria placenta. Voltando ao exemplo do bebê e do andador, a ordem deve ser removida aos poucos para que a humanidade – e toda criação – continue seu processo de evolução.
Isso é uma tarefa difícil, Platão já imaginava as conseqüências de algo parecido em seu mito da caverna. Mas, querendo ou não, esse é o nosso dever. Temos que empurrar o Dumbo de cima da plataforma sem sua pena mágica para que ele perceba que é sua própria capacidade que o faz voar, e não algum artefato com poderes sobre-naturais.

O caos

O caos então nada mais é do que o nosso objetivo inicial: vivermos da forma que quisermos. Aquilo que chamamos de necessidades são somente pequenas tarefas que cumprimos para atingirmos nossos desejos. Somente comemos porque desejamos continuar vivendo, somente trabalhamos porque desejamos ter dinheiro, ou por que acreditamos naquilo que estamos fazendo. Não importam os motivos, eles sempre estão ligados às nossas vontades. Não existe nenhum objetivo em nossas vidas a não ser o de vivermos cada momento de forma feliz e satisfeita. Não existe linha de chegada. Seja livre e viva a vida da forma como quiser, e deixe – e encoraja - que todos façam o mesmo. Pois no final, como diria Dante Sólon: “A Natureza da Vida é o Caos”.


Noname
Associação Filhos do Caos

Manifesto da Arte Caótica (ou Caoísmo)

Nós não temos o propósito de subtrair ou desmerecer nenhuma outra manifestação artística, popular, seja ela de qual natureza for. Estamos aqui para somar, aumentar o número de expressões artísticas existentes.

Através deste documento desejamos apenas revelar ao mundo a arte caótica, existente na terra desde sua existência, mas renegada e muitas vezes dita como não-arte.

Expressar-se é um direito do ser humano e essa é uma das bases do pensamento caótico (caoísta). Um grito num momento qualquer, feito no intuito de expressar qualquer sentimento ou desejo, desde que sincero, é um objeto da arte caótica.

Descrevemos a verdade, a realidade, da nossa maneira mais íntima, seja ela condizente com a real estrutura universal ou não. Fazemos isso porque achamos certo. Não mentimos a nós mesmos.

Sarcasmo pode ser encontrado em muitas referências e obras caóticas (caoístas), mas não é necessariamente uma exigência, apenas é uma mera coincidência.

Nossa arte não é feita para ser vendida, admirada ou subjugada, ela existe pelo simples fato da necessidade de “existir”. Se caso venha a adquirir algum status de qualquer natureza isso fica a cargo de quem o outorgou.

Um quadrinho é arte caótica, um filme é arte caótica, uma canção é arte caótica, uma árvore é arte caótica, dez árvores é arte caótica, uma relação sexual é arte caótica, uma escultura é arte caótica, tudo é arte caótica, nada é arte caótica.

Nossa arte não deseja atravessar os séculos, não deseja ser guardada, não deseja ser escondida. Nossa arte é transcendental, não existe maneira de datar ou registrar um olhar-arte, quando filmado deixa de ter a essência de olhar, passou a ser vídeo, quando fotografado, igualmente, ou pintado. Ele perdeu seu efeito inicial e tornou-se outro efeito. Mesmo assim, para aquele cuja opção for por “guardar” nossos trabalhos, tentem na verdade preservá-los e mostrá-los aos demais que desconheçam tal arte. Poderão ter perdido o efeito inicial, porém ainda assim será parte do movimento.

Dante Sólon
Associação Filhos do Caos

sexta-feira, junho 02, 2006

Associação Filhos do Caos

Essa associação surgiu por volta de 97/98, quando um grupo de amigos (Eu, Lord Mário, Shidomaru, Etergun, Terry e Caolho) resolveu se juntar para discutir assuntos de seu interesse. Na época esses assuntos eram: RPG, Comics, Mangá, Video-Game, Cinema e Seriados. O lance era então unir o maior número de interessados possível nesses assuntos e estabelecer uma troca de ideías. O nome veio de fato de considerarmos a atual sociedade caótica e sermos frutos dela. Mas haviam mais coisas por trás...

Os membros fundadores faziam parte de um subgrupo dentro da associação que se chamava Círculo Interno (criativo, não?). Esse grupo mais seleto, além de discutir os assuntos acima, se propunha a discutir coisas que, na nossa visão na época, não eram para ser discutidas em caráter público. E o que eram essas coisas? Ocultismo, Pirataria de Dados, Artes Marciais e Bombas Caseiras. Esses assuntos eram discutidos em uma esfera menor porque considerávamos que esse tipo de conhecimento gera poder, então era melhor que nós tivéssemos o poder. Logicamente, se durante as discussões de assuntos "mundanos", identificássimos indivíduos com um potencial adequado, ele seria convidada a fazer parte do Círculo Interno.

Tendo planejado tudo, partimos para convidar pessoas para fazer parte da associação. Chegamos a ter cerca de 40 associados e considerávamos que ia ser um sucesso. Mas então começaram os problemas. A troca de idéias entre as pessoas por carta não ocorria. Tentamos por e-mail, mas falhou também. Nossa última esperança foi criar uma lista de discusão, que também não deu em nada. E somando a tudo isso, problemas de relacionamento entre os membros do Círculo Interno fizeram o subgrupo quebrar. Foi um fracasso total e os Filhos do Caos foram aparentemente extintos...

Por volta de 2001, em meus estudos sobre ocultismo, entrei para a lista de discussão Ordem de Cristal. Estávamos discutindo sobre Illuminatis e um dos membros da lista passou para quem quisesse pesquisar mais sobre o assunto o site www.iot.org.br. Como teórico da conspiração, sempre me interessei por Illuminatis, de modo que o acessei. Qual foi minha surpresa ao ver que o site tratava de uma linha mágica ANARQUISTA chamada Chaos Magik!!! Imediatamente passei a descoberta há alguns amigos que também estudavam o assunto e vimos que era hora de reativar os Filhos do Caos, mas com uma nova configuração e objetivo. Um dos fatores que motivou a volta da associação foi o sucesso da reorganização dos Ice Knights, um outro grupo q faço parte.

Hoje, a Associação Filhos do Caos é um grupo de estudos sobre Ocultismo, Filosofia e Política, com o objetivo de aplicar o lema "Nada é verdadeiro, tudo é permitido" em todos os aspectos da sociedade a fim de quebrar paradigmas e egrégoras para atingir um estado onde a ordem seja algo natural, em que todos cumpram seus papéis que lhe são devidos e não haja NENHUM meio e controle externo.