domingo, junho 11, 2006

O Fim do Amor Livre

(em homenagem ao dia dos namorados...)

“Do amor livre ao sexo seguro hein?
O que houve com a revolução sexual?”
- Grant Morisson; “Os Invisíveis”.

Alguém poderia me explicar o que está acontecendo com as pessoas nessa coisa que chamamos de mundo? Alguém poderia me explicar como tudo que foi vivido na década de 60 foi jogado no lixo? Alguém poderia me explicar por que, apesar de não parecer, estamos cada vez mais caretas em termos de relacionamento e sexo?
Muitos pais ao lerem minhas perguntas discordarão de forma contundente. Afirmarão que cada vez se beija e se transa mais cedo e com cada vez mais pessoas. Dirão também que os casamentos hoje em dia não duram como duravam os de antigamente e que hoje tudo se banalizou. Será mesmo?
Um dos principais motivos alegados para o fim do amor livre dos hippies foi o advento da AIDS. Com ela, passou-se a até temer transar por transar e ser promíscuo passou a ser comportamento de risco. Bom, pra que inventaram a camisinha? “Ela pode estourar”, dirão alguns. Bem, também posso ser atropelado cada vez que saio de casa e nem por isso deixo de sair. E hoje em dia você pode viver mais sendo soropositivo do que enquanto sobrevivente de um acidente. TODO mundo sabe como se coloca uma camisinha hoje em dia. Se ela estourou, VOCÊ colocou errado e a culpa é sua, e não do preservativo. Sabendo colocar, transe a vontade!
E só para parar pra pensar: não é estranho uma doença como a AIDS surgir bem na época em que se experimentava o amor livre e em locais/cidades/países menos abastados? Talvez os teóricos da conspiração não estejam errados...
Será que estamos mais liberais mesmo? Será que o advento da “ficada” nos torna mais livres? Eu creio que não pelo puro e simples motivo que agora você tem que rotular uma coisa que não deveria ser nada! Beijou alguém? Prepare-se para definir se estão ficando, de rolo, xilofompilando ou namorando, por que vão perguntar e pode reparar que quase ninguém aceita a idéia de que vocês estão apenas curtindo.
A mesma coisa com a primeira relação sexual. Se antes o grande tabu era o casamento, hoje trocamos isso pela “pessoa certa”, que é muito pior que o casamento, visto que essa pessoa é uma projeção de um ideal que pode nunca ser atingido e um monte de gente perde bons orgasmos por causa disso. Sem contar que também trocou-se o casamento por morar junto. Como ambos têm a perspectiva de durarem para sempre, o resultado final é a mesma merda de sempre. E como não há nada no papel, a disputa judicial fica até pior.
Quantas pessoas hoje em dia topam uma relação aberta? É óbvio que depois de um tempo de convivência, se cria afinidades e vontades, mas DEPOIS de um tempo! Hoje o “ficar” muitas vezes é estágio pra namoro. Pior que isso só aquela papo de que “fulano(a) é pra casar, esse é pra curtir”. Me poupem!
Só me resta finalizar esse texto com um apelo: copulem crianças! Copulem!

2 Comments:

Blogger Mário Henrique said...

Amem!

13/6/06 18:47  
Blogger jan said...

É engraçado td isso... E de tão "engraçado", chega a ser frustrante.
Foda essa necessidade [do ser humano num geral] de querer rotular, classificar e organizar td; até mesmo quando se pretende não usar de denominações...

14/6/06 14:17  

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