sexta-feira, agosto 25, 2006

Artemísia

Uma das várias teorias sobre como a Mágika funciona diz que existem os caminhos Solar e Lunar. O caminho Solar é racional, masculino, o Yin. Ele primeiro estuda e depois realiza sua prática. Já o Lunar é passional/instintivo, feminino, o Yiang. Primeiro pratica e depois sistematiza o que fez dentro dos resultados obtidos.

Pois bem, minha prática mágica é TOTALMENTE lunar, o que de certa maneira explica meus "fracassos" em práticas Rosacruzes e afins e meus sucessos dentro da Magia do Caos.

Aqui em Sampa sou um dos organizadores do Encontro Social Pagão, evento mensal que se destina à confraternização e troca de experiências entre os diversos ramos do paganismo. Em uma palestra sobre "Mitos Femininos no Paganismo" ministrada por Patrícia Fox, ouvi falar pela primeira vez da Artemísia. De tudo o que eu ouvi, o que mais me chamou a atenção foram duas informações: ela é uma erva lunar e abre as portas de mente. Como nessa época eu já tinha iniciado minhas experiências xamânicas e há tempos queria ter meu cachimbo, mas ainda não tinha porque ter um, uni o útil ao agradável.

Quem "descolou a erva" pra mim foi meu companheiro de experiências xamânicas e jornadas zen-buditas, o Cananéia. A que eu uso é a Vulgaris. É uma erva legalizada e facilmente encontrada em casas de ervas e lojas esotéricas em geral. Já fumei, fiz chá e masquei a erva, mas na maior parte das vezes a fumo.
Pois bem, bati legal com a Artemísia. Ela tem um efeito relaxante, mas não "chapante" de modo que passei a usá-la em todo ritual que eu fazia ou quando estivesse a vontade com meus amigos: bares, baladas ou mesmo na casa de colegas. Acabou até meio que virando hábito na minha turma fumá-la quando estamos juntos.

Possuo um Coven aqui em Sampa chamado Coven-Flor e realizamos alguns rituais em conjunto no Pq. do Ibirapuera ou onde der na telha. Até agora trabalhamos muito com Xamanismo e com aplicações práticas da Caosfera, mas nada nos prende especificamente à isso. Pois bem então. Em um dos nosso rituais, fomos ao Pq. Descobrir nossos locais de poder ali para depois entrar em contato com nossos animais de poder. Começamos o ritual todos juntos, bebemos um vinho, fumamos Artemísia e cada um partiu em sua busca. Após encontrar meu local de poder no Pq, me ajeitei ali e masquei um pouco de Artemísia para facilitar minha passagem para os "outros mundos". Após acessá-lo, falar com meus animais de poder e outros seres que conheço por lá, me veio na cabeça uma música e foi aí que vibrei de alegria.

Segundo as obras de Casteñeda, cada erva possui um espírito e quando você a utiliza, entra em contato com ele. Dependendo de como esse espírito se porta e de como ele te tratar, você pode ter experiências maravilhosas ou aterradoras. Nem sempre porque a experiência não foi boa quer dizer que a erva não foi com a sua cara. Poder ser uma espécie de teste. Isso muda de erva para erva e eu não possuo no momento experiência/ conhecimento para falar de outras. O Mescalito, descrito à exaustão nas obras de Casteñeda é bem difícil e caprichoso, mas traz boas recompensas. Já com a Artemísia, os piores relatos que ouvi de gente com quem ela não foi com a cara envolvem tonturas, irritação na garganta e vontade de vomitar (alguns acabam vomitando mesmo). A questão é que independente da erva, quando ela o aceita como aliado, você ganha uma música. Uma música que NÃO EXISTE, que ela deu SOMENTE A VOCÊ e que até onde eu sei DEVE SER MANTIDA EM SEGREDO.

E como eu disse acima, ela me deu uma música. E nesse dia ela se tornou minha aliada. Após o ritual anotei a música e a sei até hoje. Continuo usando a Artemísia para os mesmos fins, mas sinto as coisas que sentia antes mais intensamente, sinal que interpreto como sintonia entre nós.

Esses dias, num ritual de agradecimento de tudo de bom que tem ocorrido em minha vida, acessei os mundos xamânicos e pela primeira vez visualizei o espírito da artemísia e dançamos juntos ao som da música que embalava o ritual, nesse ritual específico era Jimmy Hendrix.

A aliada do Canenéia é a Sávia e frequentemente fumamos uma mistura dela com Artemísia em nossos rituais. A Sálvia é uma erva bastante forte e a Artemísia suaviza um pouco as coisas.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Diário Mágiko

Poutz, não é a toa que qualquer coisa sobre Magia do Caos fala da importância de se registrar TODA e QUALQUER experiência.

Hoje comecei a reunir todos os registros de exercícios que fiz e então percebi quanta coisa já foi realizada e quantas outras foram/serão perdidas porque não as registrei devidamente.

De qualquer maneira, algumas curiosidades:

- Meu primeiro exercício de Magia do Caos realizado foi a técnica da Imobilidade. Como eu achava que éramos obrigados a ficar sem piscar, ele durou meros 20 segundos! Foi realizado no dia 31 de julho de 2002. Isso quer dizer que OFICIALMENTE são 4 anos de PRÁTICA de Magia do Caos!

- O recorde de tempo imóvel sem piscar foi de 1 minuto e 45 segundos no dia 5 de agosto de 2002, sentado na meio fio em frente a uma festa de república em Bauru. Já meu recorde de imobilidade (piscando o mínimo possível) foi atingido no dia 14 de março de 2003 e foi de 40 minutos;

- No dia 14 de março também tive minha primeira experiência consciente com multiversos. Me vi no meio de uma caverna, ao lado de uma fogueira e estava em uma espécie de buraco e rodeado por velhos indígenas cobertos com mantos que não permitiam ver seus rostos. Então uma mulher com ares egípcios se aproximou de mim, olhou em meus olhos e foi se aproximando, de modo que seus olhos meio que entraram nos meus e voltei a esta realidade;

- O ritual mais longo que já fiz foi ritual de perdão destinando a me limpar de toda e mágoa e raiva em relação a outras pessoas e ao mundo. O iniciei no dia 21 de agosto de 2002 e ele durou 21 dias!

- Já fiz exercícios/rituais em festas de república (05/08/2002), em um ponto de ônibus em São Bernardo (01/08/2002), na área de leitura do Sesc Belenzinho (18/06/2004) e no metrô (20/06/2004);

- O primeiro “outro eu” que entrei em contato no UNIVERSO DELE foi um mendigo chamado Otomaym Ishasum. Isso rolou no dia 19 de janeiro de 2005;

- A “outra pessoa” minha que mais conheço foi meu último personagem de “CAOS – O JOGO”. Seu nome é Matheus, tem 17 anos, costuma se vestir com camiseta e calça jeans. Tem a pela clara, cabelo preto estilo “deixando crescer” , olhos azuis e nariz grande. É estudante e satanista. Dumbo é seu apelido por causa das suas orelhas (talvez por isso esteja deixando o cabelo crescer...). A mãe dele é uma mulher gorda, vestida de branco, cabelos brancos em cóqui no alto da cabeça. Ele não se dá com sua mãe. A casa dele é um velho sobrado branco bem velho. É uma daquelas casas estilo norte-americanas, com um espaço na entrada para cadeiras e entrada pela cozinha (uma porta de mola c/ tela verde). Sua namorada é uma menina de cabelos pretos e olhos claros que se veste nesse estilo “punk de boutique”, se chama Laura. Ele é auto-confiante, charmoso, bom de papo, discreto, cínico, egoísta, fingido, ambicioso, cruel e esguio.

Resumindo, vou voltar a escrever minhas experiências, visto que isto ajuda pacas.

Recomendo aos meus colegas de Caos fazerem o mesmo. Basicamente, ele deve conter os seguintes elementos:

- Dia;
- Horário (não precisa ser exato, mais para ser ter uma idéia de em que período do dia as coisas rolaram);
- Estado Mental e Físico (estressado, cansado, com fome, essas coisas);
- Tempo (frio, calor, etc);
- Local (onde você fez a parada e eventuais parafernálias que estiver usando, como música, velas, etc);
- Exercício (a ser realizado);
- Postura (quando é importante para o exercício/ritual);
- Duração (quando é importante para o exercício/ritual);
- Resultados (qualquer coisa que você tenha conseguido ao fim do exercício).

Devido a minha nóia com o RPG Lobisomem: O Apocalipse, eu coloco a fase da lua quando eu lembro, mas não é essencial...

segunda-feira, agosto 14, 2006

Caostequizando...

Isaias, cap. 14:

12"Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tú que debilitava as nações!" (Lúcifer)

Apocalipse, cap 22

16 "Eu Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante estrela da manhã."

Os caostólicos que expliquem...

sexta-feira, agosto 11, 2006

Fichamento II

CARROL, P.J.
A magia do caos
Argumentos do autor

A idéia principal do texto é mostrar como o declínio da crença na salvação através da religião e, mais atualmente, o declínio da salvação através da ciência pavimentaram o caminho para o surgimento da Magia do Caos.

Quem teria iniciado esse processo foi o mago inglês Aleister Crowley, que desenvolvendo um método mágico mais “científico”, começou um intenso combate contra o monoteísmo. “A realização maior de Crowley, além de sua moralidade futurística, foi desenterrar poderosas técnicas do Tantra Ioga, Gnosticismo, Taoísmo e Xamanismo” (pág.2). Porém ele teria falhado ao dogmatizar sua visão de mundo e atribuir que os resultados de suas experiências à entidades de origem extra-humana. Então quem realmente aproximou a magia da ciência, desenvolvendo uma metodologia não dogmática foi Austin Osman Spare.

Valendo-se de um mínimo de hipóteses, ele desenvolveu uma Magia a partir de sua própria memória e subconsciente raciais. Independentemente de sistemas complexos, ele desenvolveu técnicas efetivas de encantamento e sigilização que requeriam somente a linguagem e figuras ordinárias. (pág.1)

O trabalho de Spare compõe a ponte entre a Magia Antiga trazida a luz por Crowley – cujo apelo, poder e potencial de liberação se derivava mais por seu estilo religiosa anti-religião – e a Nova Magia, por sua vez, caracterizada justamente por ser uma ciência anti-científica. (pág.1)


Mas a Magia do Caos não pretende se estabelecer com pseudo-ciência. Seu objetivo seria o de mostrar que ela não somente preenche as lacunas deixadas pela ciência como a própria ciência depende dela para ser como tal. O que os magos o Caos querem é mostrar como e ciência é tão limitadora quanto a religião e quebrar esse limites. “A melhor magia sempre teve um forte sabor anti status quo” (pág.1). E para isso ela se concentra na técnica.

Debaixo de todos os sistemas que os magos mais ecléticos podem usar, da bruxaria à feitiçaria tibetana, há um consenso de uma técnica prática, dependente de visualização, da criação de entidades do pensamento e de estados alterados de consciência que deverão ser atingidos através de uma meditação estática ou dinâmica. (pág.2)

Na verdade os recônditos quase desconhecidos de nossos cérebros podem ser até mais criativos do que as partes conscientes, nenhuma mensagem dos deuses, não importa o quanto sejam extraordinárias e envolventes, podem ser tomadas como provas de alguma coisa além de nossos próprios e inacreditáveis poderes. (pág.2)

Pode parecer um paradoxo rejeitar qualquer realidade externa em uma busca espiritual, mas assim se consegue liberdade para se forjar uma própria visão espiritual, seja ela qual for. Se fomos criados por padrões acidentais e comportamento casuais, então somos livres. Não devemos nos limitar nem pela religião, nem pela ciência e nem pela política. “A verdade absoluta seria sempre uma tirania absoluta, com tem historicamente sido” (pág.2).

A magia cresce em momentos de expansão máxima dos limites sociais ou em momentos de opressão máxima dessa mesma sociedade. O momento em que vivemos é particularmente proveitoso para o crescimento da magia pela extrema liberdade que temos de ir e vir e de se comunicar que temos ao mesmo tempo em que cada vez mais uma visão político-capitalista, com sua democracia e materialismo solapando o individualismo e a espiritualidade.

Portanto o momento agora exige pessoas que estejam a par dos paradigmas atuais e procurem em todos os lugares e em todos os tempos maneiras de quebrá-los. Se fazem necessários Cientistas-Feiticeiros.

Apreciações sobre a obra.

A intenção clara do autor é mostrar que a Magia do Caos, justamente por ser não-dogmática e trazer em seu bojo traços de ciência e magia, seria a melhor opção para lidar com a realidade atual e mudá-la de acordo com nossa vontade. Mas não é um texto para leigos. Diversos nomes e técnicas citados são compreensíveis somente para quem já tem algum tempo de caminhada no meio ocultista. Logo vemos também que o que se quer aqui não é convencer leigos e sim mostrar para quem já está na caminhada espiritual a intenção acima declarada.
Num primeiro momento nos é passado uma linha do tempo para entender como chegamos na Magia do Caos e nos parece que ela é uma conseqüência natural do que ocorreu, o que demonstra solidez e coerência nos argumentos.
Mas no momento em que nos deparamos com as comparações entre a Magia do Caos, ciência, religião e outros métodos mágicos, autor peca por mostrar certa arrogância e desdém. Não se pode esquecer que entre os possíveis leitores desse texto podem haver pessoas que não são adeptas da Magia do Caos e isso pode mais afastá-las do que atraí-las. Podem achar essa preocupação leviana, mas é algo a se pensar quando estamos divulgando alguma linha de pensamento.
De qualquer maneira, o texto é bem escrito, bem contextualizado e cumpre seu objetivo, explicando o surgimento da Magia do Caos, suas bases e a necessidade dela para os tempos atuais.

segunda-feira, agosto 07, 2006

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“Hoje a mulher que faz as coisas amassadas parecerem novas por estarem lisas me perguntou o que acho da atuação nosso pedaço de chão na Grande Disputa que define quem é melhor em algo que meus irmãos (que não me lembram em nada) entendem muito mais que eu. Respondi que iria ao local sagrado beber & fumar & meditar & conversar & mijar & dormir & encontrar belos lábios & ela não entendeu nada. Mas sorriu como se tivesse entendido & eu a invejo por isso.”

- Extraído do grande tomo de sabedoria “PENSO, LOGO D.E.S.I.S.T.O.”, de autoria creditada ao Buda Desertor.